Eu gosto de rimas, tu gostas? Gosto de recitar versos feitos de puros sentimentos, saber tudo aquilo que um pequenino poema pode expressar, e o que expressam somente aqueles que sentem podem entender, eu por exemplo, não entendo mais os poemas sobre felicidade, não a sinto, culpa sua. E agora, já que falamos de língua portuguesa devo admitir que não sou boa nisso, a não, nenhum pouco, gosto do que as palavras podem expressar mas quando me pedem para escrever é um desastre pra quem lê ou pra mim, dizem “que lindo”. Não, que lindo são as flores, minhas palavras não chegam nem perto da delicadeza de uma flor, e te acuso culpado, é por tua causa que não consigo mais escrever sobre felicidade plena, nunca mais consegui depois que tomaste minha vida. Sabes o que significa monótono? Devo lhe perguntar, afinal, não és tu que nunca entendera minhas palavras? Que dizia sempre difícil demais para serem compreendidas? Uma pena isso, porque eram meus sentimentos, e quem sabe se não desprezasse tanto, poderias entender um pouco mais sobre meu coração, e não deixá-lo tão quebradiço, como está agora por culpa tua, como sempre. E então, voltando a palavra monótona, digo lhe que é a representação de meus versos jogados ao vento, nunca consigo escrever sobre outra coisa, tedioso, rotina virou a palavra amor seguida da dor, sempre a mesma coisa, sempre essas duas palavras reinando em meus versos, culpa sua, totalmente sua, e tu sabes muito bem disso. Ninguém quer saber deles, ninguém os ouve, os leem e dizem ser lindos só pelas palavras, mas a verdade é que quando eu peço para explicarem-me o que entendem de todas aquelas palavras, nunca conseguem. E isso dói em mim, vou morrendo aos poucos, só eu, sabe por que? Eu morro, tu ris, ele ri, vós rides, eles riem. É isso mesmo, sou pisoteada e parece que acham graça, eu estou sendo dilacerada, massacrada e acham graça. Não tem um alguém pra me salvar da dor, não tem um amor recíproco na minha vida medíocre. E parece ser esse meu fim, eu morrer sozinha, mas com a sua ajuda, conseguiste me dominar, me matar, fazer minha caveira, como sempre quis.